domingo, 27 de abril de 2014

Achados e perdidos

Olá, queridos!

          Domingão de primavera partiu Parque do Retiro. Mas estava batendo um ventinho. Sabe aquela brisa que faz a mamãe falar: "leva um casaquinho, meu filho". Bem, colocamos a manta do pimpolho e um casaco, embolados, em cima do carrinho e fomos felizes. Ficamos ali, tomamos café, colocamos o filhote para ensaiar uns passos na grama e voltamos. Decidimos fazer um caminho diferente e reparei: cadê o meu casaco comprado na liquidação? E o pior: onde está a manta amarela, segundo presente do pimpolho, quando nem sabíamos o sexo? Voltamos ou não voltamos? Alguém deve ter pegado, com esta crise, ninguém vai ter respeito pelo alheio, ainda por cima  se tratando de peças praticamente novas.

         Depois de hesitarmos resolvi voltar e fiz todo caminho de volta. Deus sabe o quanto andamos hoje! Perguntei no quiosque onde tomamos café, no lugar onde havíamos sentado, refiz exatamente o caminho de volta. Nada. Pobre do meu casaco, oportunidade imperdível! Pobre da mantinha que aqueceu nosso filho todo o inverno e foi presente da tia postiça muito querida. Claro que ao mesmo tempo me repreendia, dizia para mim que deveria ser menos materialista, onde já se viu fazer um escândalo por essas coisas? Um casaco se compra, a manta estará sem uso dentro de alguns meses. Menos, minha filha, menos.

           Mas eis que de repente, nos dez metros finais, na hora de atravessar a última avenida que me deixaria a três quarteirões de casa vi o casaco e a manta debaixo da árvore, como se estivessem esperando pelo dono. Quase dei um grito! Nem acreditei! Fiquei tão feliz que nem olhei para o lado para ver se a alma caridosa que fez esta boa ação ainda estava por ali. Devíamos ter ficado umas duas horas no parque, mais uns quarenta minutos procurando os objetos ou seja, tempo o suficiente para que alguém pudesse ter pego aquelas roupas. Mas não! Fiquei com vergonha de ter pensado mal das pessoas. A humanidade ainda tem jeito, minha gente!

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